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Metodologias inovadoras no enfrentamento do câncer: a experiência City Cancer Challenge no Brasil

Enfrentar o câncer é um desafio para pacientes, governos, gestores públicos e privados, profissionais e instituições de saúde, universidades e o terceiro setor. Diante de tantas dificuldades é possível reunir esforços, encontrar oportunidades de mudança e aprender com elas. Essa é a proposta do City Cancer Challenge, que estreia no Brasil sua metodologia inovadora, criando uma comunidade global de cidades e alianças estratégicas para atuar juntas no planejamento e implementação de soluções locais no enfrentamento do câncer, desde o diagnóstico até o tratamento.

Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, foi a cidade selecionada como Cidade-Desafio do City Cancer Challenge. Seu anúncio aconteceu em maio de 2018, durante a Assembleia Mundial da Saúde da ONU. A candidatura da cidade foi resultado da união e mobilização da FEMAMA, do Hospital Moinhos de Vento e da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre.

O projeto já mobilizou 168 profissionais das principais instituições da cidade e é liderado por um Comitê Executivo Multissetorial presidido pela presidente voluntária da FEMAMA, a médica mastologista Dra. Maira Caleffi.

O que é o City Cancer Challenge?

O City Cancer Challenge foi lançado em 2017 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) como uma resposta integrada aos objetivos de desenvolvimento sustentável.  A City Cancer Challenge Foundation tornou-se uma organização independente em janeiro de 2019 e está baseada em Genebra. Sua missão é criar uma comunidade global de cidades e parceiros trabalhando juntos para desenvolver, planejar e implementar soluções sustentáveis de câncer para salvar vidas”.

Através do City Cancer Challenge, uma rede única de parceiros locais, regionais e globais trabalha em conjunto para levar assistência técnica; recursos e competências complementares para viabilizar soluções sustentáveis de tratamento do câncer.   A metodologia inovadora capacita os líderes locais para impulsionar o processo a partir do zero.

Um comitê executivo multissetorial em cada cidade prioriza necessidades específicas, identifica parceiros para capacitação, estabelece modelos de financiamento sustentáveis e monitora e compartilha resultados com outras cidades do mundo.

Sete cidades participam atualmente dessa iniciativa global. Além de Porto Alegre, as cidades de Kigali, na Uganda, e Tbilisi, na Geórgia, também foram selecionadas para serem Cidades-Desafio. Cali na Colômbia, Assunção no Paraguai, Kumasi, em Ghana e Yangon, em Myanmar, integraram a iniciativa em 2017 como Cidades-Aprendizado, em etapa anterior.

O modelo é uma mudança de paradigma na forma como as partes interessadas do setor público e privado podem colaborar, em torno de uma visão compartilhada de melhorar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento de câncer de forma equitativa e com qualidade.

Por que a cidade de Porto Alegre foi escolhida?

Porto Alegre, localizada no sul do Brasil, tem 1,4 milhão de habitantes (IBGE, 2018) e uma incidência estimada de 7.670 casos de câncer por ano (INCA, 2018). Os cânceres mais comuns são câncer de mama, colorretal e de pulmão para mulheres e câncer de próstata, pulmão e colorretal para homens. As doenças não transmissíveis respondem por cerca de 75% da morbimortalidade, com o câncer tendo um impacto crescente.

De acordo com dados do INCA, estima-se que sejam registrados cerca de 600 mil novos casos de câncer em 2018 – 54.800 deles só no Rio Grande do Sul.

Porto Alegre também é a capital do estado com maior índice de tabagismo entre os adultos, além de apresentar altos índices de obesidade e sedentarismo (Vigitel, 2017). A cidade possui uma ampla rede de atendimento, composta por provedores privados e públicos, que prestam atendimento em todos os níveis. O município possui um centro de referência que permite o acesso a centros especializados de oncologia para uma população de referência de 4,3 milhões de pessoas em sua área metropolitana.

Em que pé está a iniciativa em Porto Alegre?

Após o anúncio da escolha da cidade em 2018, o município trabalhou para completar o mapeamento dos principais interessados no tratamento do câncer. Essa etapa foi encerrada em fevereiro de 2019, com a identificação e convocação de líderes locais em setores relevantes.

Um Comitê Executivo Multissetorial da Cidade, composto por 15 líderes locais, supervisionou diagnóstico abrangendo toda a cidade e com dados para identificar lacunas no tratamento do câncer e propor soluções entre março e maio deste ano.

No total foram 168 profissionais de 33 instituições e 98 pacientes que participaram dessa avaliação de necessidades, base para a próximas etapa do processo City Cancer Challenge: priorização e desenvolvimento de um plano de atividades com objetivos estratégicos. Esta fase, concluída em agosto de 2019, será apresentada no 6º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer, durante o painel da FEMAMA, na manhã do dia 05/09.

Uma análise técnica detalhada ajudará a identificar os canais apropriados para assistência técnica, parcerias e colaboração, tanto local quanto internacionalmente. A implementação de um primeiro conjunto de atividades está prevista para começar até o final de 2019.

Acompanhe o City Cancer Challenge em outras cidades no site, no Facebook, no Instagram e no Twitter.

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