Na América Latina, uma mulher morre a cada três minutos devido ao câncer de mama e seu diagnóstico é até cinco vezes mais tardio do que em outras regiões do mundo em que os países estão mais desenvolvidos, de acordo com Felicia Marie Knaul, presidente-fundadora da Associação Tómatelo a Pecho, ONG mexicana associada à União Latino-americana Contra o Câncer da Mulher (ULACCAM). A FEMAMA também é membro da ULACCAM no Brasil.
Se continuarmos do jeito que está, haverá 5,2 mil novas mortes até 2030 na região. Porém, podemos salvar até 19 mil vidas com acesso a diagnóstico e tratamento em tempo oportuno”, disse a especialista.
Durante o Congresso Internacional “México contra o câncer de mama, rumo a uma política abrangente” realizado em outubro na Cidade do México, a especialista ressaltou que na região não há detecção precoce, acesso a tratamentos ou ainda, sensibilização das pessoas.
“Na América Latina, o diagnóstico é tardio, já que 73% dos casos são detectados nos estágios 2 ou 3, enquanto em países como os Estados Unidos mais de 70% são diagnosticados no estágio 0 a 1”, disse a especialista.
Ela disse que, infelizmente, o diagnóstico tardio está concentrado nos países mais pobres e que 2,1 milhões de novos casos são detectados anualmente em todo o mundo, enquanto a cada minuto uma mulher morre no mundo devido a essa doença.
Eduardo Pesqueira, diretor geral do Centro Nacional de Equidade de Gênero e Saúde Reprodutiva da Secretaria de Saúde do México também salientou durante o evento que é fundamental fomentar o diagnóstico precoce, além das mudanças no estilo de vida.
Segundo ele, é importante educar a população para ir ao médico mais cedo para que se possa oferecer uma vida prolongada aos pacientes e uma boa qualidade de vida. Da mesma forma, o especialista indicou que os profissionais de saúde devem ser educados e treinados “porque o exame clínico se traduz em salvar vidas”, disse.
Pesqueira destacou também que profissionais especializados e sensibilizados são necessários “porque não se trata apenas de ter mãos capazes de realizar exames, mas também mãos que sejam capazes de levar sensibilização aos pacientes”.