
Pacientes durante o tratamento com quimioterapia devem ter atenção redobrada
Filas quilométricas e relatos de até oito horas para tomar a vacina. O ano de 2018 começou com mortes por febre amarela em vários Estados Brasileiros. A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu todo o Estado de São Paulo na área de risco para a doença. E muitas cidades enfrentam um grave problema, atender a demanda de pacientes que correm para os postos de saúde. Já são 21 casos de mortes confirmadas no Estado de São Paulo. Em Minas Gerais, esse número já chega a 15.
Porém, nem todos podem tomar a vacina, como o caso de grupos de riscos, que incluem as gestantes, os idosos, portadores de doenças autoimunes e pacientes em tratamento contra o câncer.
Mas, e agora? Quem são os pacientes que sofrem contraindicação?
Primeiro, é preciso reforçar a importância de uma conversa com o seu oncologista, já que cada caso é um caso, e a orientação do seu médico será a mais correta.
O oncologista Marcos Joppert explica que a baixa imunidade provocada pela quimioterapia coloca o paciente em risco. Por isso, a vacinação contra a febre amarela durante o tratamento quimioterápico não é recomendada. “Ela só pode ocorrer de três a seis meses após a conclusão da quimioterapia”, afirma. Já, quem fez uso de medicamento anticélula B e Fludarabina deve aguardar, no mínimo, seis meses.
O paciente em quimioterapia tem o risco aumentado de desenvolver reação no organismo, causada pelo vírus atenuado, como o usado na vacinação contra a febre amarela. Mas, vale ressaltar, que não são todas as vacinas que devem ser evitadas durante o tratamento quimioterápico. “Algumas vacinas podem ser utilizadas durante a quimioterapia, mas sugiro que cada paciente discuta com o seu médico quais deve tomar”, pontua o médico do Grupo Oncoclínicas.
Além da quimioterapia
O paciente em tratamento contra o câncer também pode ser submetido a outros métodos, além da quimioterapia. Como é o caso da imunoterapia e a hormonioterapia. De acordo com Marcos Joppert, o paciente submetido à imunoterapia não pode tomar a vacina contra a febre amarela. “Já a hormonioterapia adjuvante, aquela que é dada preventivamente para pessoas que tiveram câncer de mama e não tem evidência de doença, não impede o uso da vacina contra a febre amarela”, conclui.
Já o paciente que faz o tratamento com radioterapia deverá aguardar três meses para tomar a vacina da febre amarela.
O oncologista Marcos Joppert, que também atua no Instituto Nacional do Câncer, orienta que o paciente evite áreas de risco e utilize mecanismos de proteção contra os mosquitos, tais como roupas adequadas que cubram a maior parte da pele, repelentes e considerar o mosquiteiro sobre a cama.
O paciente em tratamento contra o câncer necessita de uma maior atenção, por isso, é importante estar sempre em alerta à qualquer um dos sintomas da febre amarela. São eles: febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, pele e olhos amarelados e hemorragias (gengivas, nariz, estômago, intestino e urina). Em caso de suspeitar de um dos sintomas, o paciente deverá procurar um atendimento emergencial.
Fonte: R7 – Blog Prisma