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Máquina de radioterapia contra câncer de mama está quebrada no Inca

Cinco meses atrás, o Jornal Nacional mostrou que o Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro, estava sofrendo com a falta de UTI e os leitos desativados. Agora, o Inca está sem equipamento de radioterapia contra o câncer de mama.

Paciente: Boa tarde. Eu gostaria de saber se máquina já voltou a funcionar?

Funcionário: Não, a máquina não voltou a funcionar. Não tem previsão.

Há 21 dias, a resposta é a mesma para as pacientes do Instituto Nacional do Câncer, no Rio. A única máquina de radioterapia da unidade que trata câncer de mama quebrou. O Jornal Nacional foi até a unidade e ouviu a explicação dos funcionários.

Repórter: Você sabe por que está parado?
Funcionário: Porque está faltando uma peça na máquina.
Repórter: Uma peça na máquina? Já tem quanto tempo?
Funcionário: Vai fazer três semanas já.

A máquina quebrada tem 35 anos de uso. A radiação do aparelho bombardeia as células doentes, fazendo com que elas morram. A radioterapia complementa a quimioterapia no tratamento contra o câncer.

Nossa equipe conversou com pacientes que ainda nem começaram a se tratar. ?Eles marcaram pra fazer a marcação que eles fazem no corpo. Aí depois eles chamam pra fazer a rádio. Aí tem que ficar aguardando, um mês e quinze dias esperando?, conta uma paciente.

Essa é uma espera difícil para mulheres que todos os dias fazem radioterapia na unidade do câncer de mama, no Instituto Nacional do Câncer, no Rio. Algumas ficaram até quatro meses na fila pra conseguir uma vaga e agora, faziam uma contagem regressiva para o fim do tratamento. A máquina quebrada gerou uma pausa forçada e mudança de planos. Uma angústia pra todas elas.

Uma casa de apoio recebe pacientes que moram fora do Rio. Todas estão com o tratamento suspenso.
?Essa pausa causou vários danos na minha vida. Preocupação, depressão, e essas coisas são sentimentos que não deveríamos ter?, diz outra paciente.

?Eu fiz cinco sessões de 25 e talvez eu tenha que recomeçar tudo de novo?, lamenta uma paciente.

Na sexta-feira (4), a direção do Inca disse que a demora no conserto do aparelho é por causa de uma peça de reposição, que vem da Alemanha. A previsão pro equipamento voltar a funcionar é 14 de dezembro. Mas a direção afirmou que as pacientes retomariam o tratamento nesta segunda (7) em outra unidade do instituto.

?Várias vezes por toxicidade de um regime de quimo, radioterapia, nós temos que interromper o tratamento para preservar o paciente e nem, por isso, o paciente deixa de ficar curado. Então, nós não temos como afirmar que isso implicará nesse curto espaço de tempo em um prejuízo para as pacientes, que é a nossa maior preocupação?, destaca Luís Felipe Ribeiro Pinto, diretor-interino do Inca.

Para a Sociedade Brasileira de Oncologia pode, sim, haver danos.

“É uma interrupção grande. Interrupções maiores que uma semana não são aceitáveis de maneira geral. Tratamentos interrompidos por três semanas, é difícil calcular o tamanho do impacto negativo. Há impacto negativo, sem dúvida, mas o tamanho desse impacto é difícil de calcular?, diz Gustavo Fernandes, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia.

No fim da tarde desta segunda-feira (7), o Inca informou que dez pacientes recomeçam o tratamento nesta terça-feira (8). Mas até agora, nenhuma das mulheres ouvidas na reportagem foi procurada pelo instituto.
?O câncer é uma coisa que conforme o dia a dia, você não sabe se amanhã você vai ter continuidade da sua vida. Você não sabe se você vai ter o Natal. A gente precisa desse tratamento pra pelo menos uma sobrevida com qualidade?, diz uma paciente.

Publicado no Jornal Nacional 07/12/2015

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