A micropigmentação paramédica é uma técnica que pode ajudar mulheres que venceram o câncer de mama a recuperar sua autoestima e se sentirem plenas.
Do que se trata?
A micropigmentação paramédica é um procedimento indicado para reconstruir e disfarçar cicatrizes, aproximando-se ao máximo da cor natural da pele. A técnica segue os princípios básicos de tatuagens, mas a tinta só é aplicada na camada mais superficial da pele. Entre outras aplicações, como lábios leporinos, marcas de vitiligo estacionário e reparação de queimaduras na pele, a técnica é utilizada para o redesenho de aréolas e mamilos das pacientes que precisaram reconstruir os seios após o tratamento de câncer de mama.
O procedimento é rápido e indolor. Mesmo havendo pouca sensibilidade na região, é aplicado um anestésico local sobre a pele, para inibir qualquer desconforto.
Que cuidados eu devo ter antes de realizar a micropigmentação?
Para realizar a micropigmentação, é necessária prescrição médica. O recurso não é indicado para pessoas com diabetes, hipertensão, AIDS, hemofilia, leucemia, trombose, gota, que sofrem de alcoolismo e que tenham tumores cancerígenos. Por isso, o trabalho no qual os seios recuperam os seus detalhes pode iniciar apenas quando o tratamento da doença é finalizado e somente o médico pode autorizar o procedimento.
O profissional que realiza o procedimento deve estar habilitado para realizar a técnica e possuir conhecimento de colorimetria, para garantir que o resultado seja bastante fiel. Peça para ele mostrar trabalhos realizados por ele anteriormente e avalie se os resultados são satisfatórios. O espaço onde o procedimento é realizado deve ter biossegurança.
O que dizem os profissionais que realizam esse procedimento?
Para a micropigmentadora Fernanda Balbinotti, trabalhar com a técnica é extremamente gratificante, já que o trabalho contribui para a autoestima dessas mulheres. “É preciso entender o contexto completo. Essa mulher já passou por muitas situações difíceis, a descoberta da doença, a cirurgia, todo o tratamento. Tudo pode ser muito doloroso. É um período de mergulho interno, de rever valores. Por isso, para mim a micropigmentação paramédica não se trata apenas de reconstruir a aréola, mas de entender o caminho pelo qual aquela mulher já passou”, declara.
Segundo ela, é comum ver, depois de pronto o procedimento, a mulher chorar. Um choro de alegria, de vitória. Afinal essa já é a última etapa de um longo e penoso processo. “Me emociono junto, não tem como não se emocionar”.
Onde encontro esse serviço?
O procedimento é realizado em espaços como clínicas de estética e consultórios médicos. Em todo o Brasil, existem profissionais dispostos a realizar trabalhos sociais e oferecer alguns atendimentos gratuitos para mulheres que necessitem. Um exemplo é o Projeto Amigos do Peito, de Santos (SP). Além dessa iniciativa, consulte as instituições associadas à Femama em sua região para verificar se existem parcerias com profissionais que realizam esse serviço.