Depoimentos

Ana Paula Cellane

23/10/2017 – Sou Ana Paula, tenho 38 anos, moro em Americana (SP). Sou mãe de dois filhos, Julia de 12 anos e o Pedro de sete anos. Esposa do Renato, meu amado companheiro na batalha. Descobri que estava com câncer de mama em novembro de 2016. O susto foi muito grande, fiquei sem chão, quando...
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15 de outubro de 2018

Ana Paula Cellane

23/10/2017 – Sou Ana Paula, tenho 38 anos, moro em Americana (SP). Sou mãe de dois filhos, Julia de 12 anos e o Pedro de sete anos. Esposa do Renato, meu amado companheiro na batalha.

Descobri que estava com câncer de mama em novembro de 2016. O susto foi muito grande, fiquei sem chão, quando o médico me explicou o tipo do câncer, foi mais um susto, câncer de mama triplo negativo, o mais raro e mais agressivo.

Confiei em Deus, levantei a cabeça, e com toda minha fé enfrentei tudo, sempre com alegria no meu coração, alegria que vinha do céu. Até para raspar a cabeça foi divertido, deixei meus filhos brincarem de cabeleireiro e fizemos uma bagunça, foi um momento de muita risada.

Não podemos escolher se teremos câncer ou não, mas podemos escolher a maneira como vamos enfrenta-lo. Eu escolhi enfrentar sempre com um sorriso, brincando quando possível. Essa atitude ajudou muito a mim e minha família.

Hoje faz um mês e um dia [em 13/10/2017] que terminei o protocolo de tratamento. Foram cirurgia, quatro sessões de quimioterapia, 31 injeções para imunidade e 33 sessões de radioterapia.

Minha vida começa voltar ao normal, mas muitas coisas mudaram, principalmente dentro de mim, lição que levarei até o final da vida. Foi uma experiência dolorosa, mas com grandes aprendizados. Não podemos desanimar, temos que levantar a cabeça, enfrentar com todas as forças e principalmente muita fé em Deus, pois é Ele quem me sustentou!

15 de outubro de 2018

Dania Garcia

Meu nome é Dania Garcia, tenho 50 anos e estou em tratamento desde 2014. Vou contar uma história diferente. Em 2012 sofri um acidente de trabalho que causou uma lesão neurológica permanente na minha mão direita me excluindo de um trabalho voluntário que amava fazer: educadora. Senti que podia ser út...
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15 de outubro de 2018

Dania Garcia

Meu nome é Dania Garcia, tenho 50 anos e estou em tratamento desde 2014. Vou contar uma história diferente. Em 2012 sofri um acidente de trabalho que causou uma lesão neurológica permanente na minha mão direita me excluindo de um trabalho voluntário que amava fazer: educadora.

Senti que podia ser útil, então busquei na minha experiência profissional como auxiliar de enfermagem a resposta. Comecei a compartilhar tudo sobre câncer de mama, falar com amigas e colegas de trabalho da importância do autoexame.

Então em janeiro de 2014 descobri, realizando autoexame, que estava com câncer. Tive inversão do mamilo esquerdo. Procurei imediatamente uma ginecologista e fiz todos os exames que só confirmaram o que eu já sabia. Não houve lágrimas nem desespero. Somente uma pergunta: Ainda tem jeito?

Quadrantectomia, esvaziamento axilar, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, fígado detonado, espessamento do endométrio, novos nódulos no pulmão… Sem medo!

Passei a dar palestras sobre o assunto em postos de saúde, faculdades, academias e em todo lugar onde sou chamada. Moro numa cidade do interior paulista, Araraquara. Família aqui só meu marido, filhos e netos. Experiência familiar? Nenhuma. Por isso me juntei a outras mulheres e resolvemos ajudar outras iniciantes do tratamento.

Hoje, sou a responsável pelo grupo Chá de Vida, um grupo de apoio. Temos uma sede na Avenida Jorge Haddad, 450 no Jardim Paulistano na cidade de Araraquara.

Nesse local existe um bazar e com a renda compramos perucas, lenços e turbantes para doar para amigas em tratamento. Também arrecadamos alimentos e cabelos para doação.

Um trabalho de formiguinha que já rendeu muitos frutos de cura! Nosso lema é “O sorriso pode vencer o câncer!” Todos os dias converso com mulheres que estão iniciando o tratamento. Sou mulher, mãe, avó e, principalmente, guerreira, e como tal, não desisto nunca!

15 de outubro de 2018

Mara Tavares

Foi no mês de junho de 2016 que eu descobri um carcinoma invasor grau 2 do tipo lobular na mama direita. Descobri que o câncer de mama tem nome e sobrenome e, antes de acontecer comigo, pensava que todos os cânceres eram iguais e que também era uma sentença de morte. O pior momento dessa etapa de vi...
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15 de outubro de 2018

Mara Tavares

Foi no mês de junho de 2016 que eu descobri um carcinoma invasor grau 2 do tipo lobular na mama direita. Descobri que o câncer de mama tem nome e sobrenome e, antes de acontecer comigo, pensava que todos os cânceres eram iguais e que também era uma sentença de morte.

O pior momento dessa etapa de vida foi sem dúvida o diagnóstico. Receber uma notícia dessas deixa a gente sem chão; por uns instantes passou um filme na minha cabeça de tudo que eu tinha vivido, os meus filhos, meu marido e todas as coisas que eu gostaria de viver e realizar.

Como assim? Estou com câncer, e agora? Após o susto, respirei fundo e falei para mim mesma: tenho que ser forte e aceitar esse desafio, pois somente assim terei a tranquilidade necessária para seguir com o tratamento e vencer essa batalha!

Segui com meu tratamento e tentei levar minha vida o mais normal possível. Passei por dias difíceis e alguns não tão difíceis assim. Graças a Deus descobri o câncer de mama em estágio inicial, fiz uma cirurgia conservadora (quadrantectomia), 4 ciclos de quimioterapia, 30 sessões de radioterapia e farei uso do tamoxifeno por 5 anos.

Hoje dou mais valor na vida, nas pessoas que me cercam e na minha família. Também vejo a vida com outros olhos, não fico mais aborrecida por qualquer coisa e tento levar a vida com mais leveza. O câncer mudou minha maneira de ser e de pensar, porém sinto que mudei para melhor.

Se eu pudesse dar um conselho para as pessoas que receberam o diagnóstico de um câncer, seria: siga em frente, não desista, pois o tratamento tem dia e hora para terminar, existe uma linha de chegada dessa maratona esperando por todas e a vitória é certa!

15 de outubro de 2018

Beth Freitas

17/08/2017 – Para celebrar os 11 anos de atuação, a FEMAMA criou um vídeo com cinco batalhadoras. A história de IolandaKlaic já foi contada aqui e agora é a vez de outra mulher de muita força, Elizabeth Garcia de Freitas, de 64 anos. Há 14 anos, Elizabeth decidiu investigar o que significava o...
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15 de outubro de 2018

Beth Freitas

17/08/2017 – Para celebrar os 11 anos de atuação, a FEMAMA criou um vídeo com cinco batalhadoras. A história de IolandaKlaic já foi contada aqui e agora é a vez de outra mulher de muita força, Elizabeth Garcia de Freitas, de 64 anos.

Há 14 anos, Elizabeth decidiu investigar o que significava o líquido que apareceu no seu mamilo. Inicialmente, os médicos pensavam se tratar de uma infecção devido aos sintomas apresentados. Após realizar a mamografia, ela demorou oito meses para conseguir que um mastologista avaliasse o resultado do exame. A longa espera pela assistência gratuita em Canoas agravou o seu estado. Então, foi necessária a vinda até a emergência de um hospital da capital gaúcha para que o tratamento iniciasse imediatamente. Na ocasião, foi preciso realizar a mastectomia com a retirada completa da mama. Após, a radioterapia e a quimio complementaram o tratamento.

Devido a rapidez dos fatos, Elizabeth não conseguiu nem avaliar a dimensão do que estava acontecendo. Finalizando a cirurgia emergencial, o médico explicou tudo que aconteceria passo a passo, em um diálogo paciencioso, que auxiliou imensamente na compreensão dos próximos passos e na aceitação da realidade. Em seguida, ela decidiu raspar os cabelos, assumindo com protagonismo a batalha. Quis fazer isso para não sofrer com a queda gradativa,colocou em sua cabeça que ela queria viver e o cabelo não faria nenhuma diferença “o cabelo volta, minha vida não”. No mesmo mês, houve a oportunidade de atuar como voluntária no Hospital Femina e auxiliar outras mulheres que estavam vivenciando o quadro. Até hoje, ela realiza esse trabalho com muita satisfação. Além disso, também é voluntária no Instituto do Câncer Infantil.

Na caminhada pela sobrevivência, sua filha deu muita força para ela seguir em frente, assumiu além do papel de filha o de amiga e também um pouco de mãe. Mas o marido na época questionava sua aparência e acabou ocorrendo a separação. Ela deixou bem claro “quem quiser ficar comigo,vai ficar como eu estou me aceitando”. Elizabeth contou que não adiantaria nada fazer a vontade de uma outra pessoa, se ela mesma estava se sentindo mal e acredita que isso foi fundamental para que não desenvolvesse um estado depressivo.

Depois de mais de uma década da descoberta, no início desse ano, Elizabeth recebeu um novo diagnóstico, o câncer retornou e está nos ossos. A guerreira enfrenta uma nova batalha, dessa vez, sem perder os cabelos, pois está participando de um grupo de pesquisa com outras terapias.Mas ela reforça: “se cair não faz diferença, o que eu quero é ficar mais um tempinho aqui”. O seu recado para quem enfrenta é “decida viver pelo tempo que for”.

15 de outubro de 2018

Iolanda Klaic

31/07/2017 – A FEMAMA conversou com cinco mulheres incríveis, que participaram do vídeo comemorativo de 11 anos da Federação. Uma delas foi a Iolanda Klaic, agente de viagens, que recebeu o diagnóstico de câncer de mama em 2015. Iolanda suspeitou que havia algo errado, enquanto estava em uma v...
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15 de outubro de 2018

Iolanda Klaic

31/07/2017 – A FEMAMA conversou com cinco mulheres incríveis, que participaram do vídeo comemorativo de 11 anos da Federação. Uma delas foi a Iolanda Klaic, agente de viagens, que recebeu o diagnóstico de câncer de mama em 2015.

Iolanda suspeitou que havia algo errado, enquanto estava em uma viagem na Europa, acompanhando um grupo. Na madrugada, acordou no quarto do hotel com uma sensação de queimação na mama. Foi ao banheiro, apalpou o seio e encontrou um nódulo, que nunca tinha percebido. Em seguida, enviou uma mensagem e agendou a consulta com sua médica no Brasil para o retorno da viagem.

Na investigação médica, a mamografia e a ecografia já mostraram a alteração. Depois, foi realizada a biópsia que confirmou o diagnóstico de câncer de mama. A ressonância apontou três tumores de diferentes dimensões. Após a detecção, foi encaminhada para um oncologista, que indicou a quimioterapia neoadjuvante para reduzir o tamanho dos tumores antes de realizar o procedimento cirúrgico. Os tumores diminuíram um pouco de tamanho, mas ainda assim, foi necessária a mastectomia total, já que três setores da mama tinham sido afetados.

Além das transformações físicas, Iolanda enfrentou diversos desafios pessoais. Apesar de se considerar uma pessoa prática e objetiva, reconheceu que o acolhimento da família, dos amigos e dos voluntários do IMAMA foi muito importante. Uma das cenas mais marcantes na época foi quando o irmão dela apareceu de cabelo raspado no mesmo momento em que ela enfrentava a queda das madeixas. Para ajudar na autoestima, uma amiga a levou em uma ONG associada da FEMAMA, onde aprendeu a fazer amarrações nos lenços e escolher uma peruca. Mas Iolanda gostou tanto da iniciativa, que também se tornou voluntária para poder dar a outras pessoas a mesma atenção que recebeu.

A principal mudança que o enfrentamento da doença trouxe para ela foi a forma de encarar a vida: “Comecei a prestar atenção naquilo que realmente tem valor. Até o evento de ter recebido o diagnóstico de câncer, eu dificilmente parava para prestar atenção nos meus amigos, na minha família… Eu, por exemplo, nem notava que estava um sol bonito, que aquela flor tinha florescido. Para mim, aquilo ali não era importante, o importante era eu baixar a cabeça, trabalhar, faturar, essas coisas.”

Iolanda denominou as dificuldades que se sucederam como “sinais para acordar”. Além do tratamento, ela passou por uma crise financeira que quase faliu sua empresa, sua mãe teve graves problemas de saúde, ocorreu o falecimento de uma sobrinha e a separação do marido. Tudo isso transformou profundamente sua forma de ver a vida. Apesar das dificuldades, os amigos verdadeiros e a família se aproximaram ainda mais, fortalecendo laços.

A mensagem que ela deixa para as mulheres que acabaram de descobrir o câncer é seguir em frente. Ela lembra que “o câncer não é um ponto, é uma vírgula”. Acredita que as pessoas se descobrem muito mais fortes do que poderiam imaginar ao passar pela doença. Considera fundamental também que as pessoas aceitem ajuda, seja uma palavra, um abraço, um apoio e até um olhar. Iolanda disse que nos momentos em que não se tem vontade nem de sair de casa esse apoio ajuda muito. O importante é compreender que “tudo passa” e não ficar se perguntando o porquê, apenas passar por isso e aprender, se tiver algum aprendizado. Fala ainda que a espiritualidade, independente da crença, é uma forma de fortalecimento diário.

O câncer de Iolanda foi curado. Atualmente, ela faz somente acompanhamento. Ela atua como voluntária no IMAMA, ajudando outras mulheres a enfrentar a batalha, sua história é uma verdadeira inspiração para todas as pessoas.

15 de outubro de 2018

Ivna Maluly

Eu estava de férias no Brasil em janeiro de 2009 quando eu descobri o câncer de mama no seio direito. Tinha dores no seio e senti como ele estivesse com febre, bem quente. Fui fazer uma mamografia e uma ultrassonografia para tirar duvidas sobre a dor quando a radiologista me encaminhou para fazer um...
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15 de outubro de 2018

Ivna Maluly

Eu estava de férias no Brasil em janeiro de 2009 quando eu descobri o câncer de mama no seio direito. Tinha dores no seio e senti como ele estivesse com febre, bem quente. Fui fazer uma mamografia e uma ultrassonografia para tirar duvidas sobre a dor quando a radiologista me encaminhou para fazer umas biopsia de urgência.

A partir de deste dia, fui operada por ter diagnosticado três nódulos pequenos mas com câncer agressivo. Como morava na Bélgica, operei no Brasil e depois fui encaminhada para Bruxelas para poder fazer a quimioterapia que duraria um ano e meio.

Foi um momento complicado porque eu tinha um filho pequeno que precisava entender o que estava acontecendo. Expliquei a ele tudo e ele entendeu, apesar de sentir o momento complicado pelo qual estávamos todos passando. Para poder aliviar a dor da doença, escrevi toda a cronologia, passo a passo incentivada pelo psicoterapeuta da época, um greco-belga muito inteligente e sensível. Fiz varias sessões com ele, tanto de psicoterapia quanto de meditação, respiração entre outras técnicas para aliviar os momentos difíceis.

Eu só tenho a agradecer a tudo e a todos por toda a ajuda, apoio e amor recebido neste tempo que durou o tratamento e depois a reconstrução.

Tudo correu bem, e ainda lancei um livro para crianças, o Cadê seu peito, mamãe? onde eu explico a ausência de um seio para uma criança que foi amamentada até os oito meses. Ajudo muitas mulheres com conselhos na Bélgica e no Brasil.

Atualmente, moro em Lyon e já levei o meu livro que recebeu as versões francesa e inglesa para um hospital daqui que tem um setor de apoio às crianças e adultos.

Se eu tiver que falar com as mulheres que passam por este problema, eu diria para terem fé, acreditar nos médicos, na vida e não ter medo de expor os seus problemas porque quanto mais falamos, mais alívio temos. Deixo um beijo grande a todas as mulheres que estão passando por isso.

15 de outubro de 2018

Sandra Elisabeth Silva

“Quem olha para mim jamais pensa que tenho câncer” Meu nome é Sandra Elisabeth e atualmente tenho o câncer de mama em controle. Quem olha para mim, jamais imagina que sofro com esta doença. Tenho uma vida normal, faço absolutamente tudo: organização da casa, passeios, caminhadas, dança etc. Vou cont...
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15 de outubro de 2018

Sandra Elisabeth Silva

“Quem olha para mim jamais pensa que tenho câncer”

Meu nome é Sandra Elisabeth e atualmente tenho o câncer de mama em controle. Quem olha para mim, jamais imagina que sofro com esta doença. Tenho uma vida normal, faço absolutamente tudo: organização da casa, passeios, caminhadas, dança etc.

Vou contar um pouco da minha história: em 2012, fui diagnosticada com câncer de mama triplo negativo. Fiz mastectomia radical com esvaziamento axilar completo. O tratamento foi até 2013, quando finalmente recebi alta. Quando achava que tinha me livrado do câncer para sempre, ele simplesmente voltou.

Estava na praia, no verão de 2015, quando senti dores no corpo. À noite, morrendo de medo, sonhei que estava com câncer nos ossos. Ainda no litoral, fui plantar mudas de flor e não consegui mais levantar. Liguei imediatamente para a minha médica e pedi para realizar os exames antes da revisão periódica. Falei a elado meu medo de o câncer voltar nos ossos, pois meu pai faleceu com câncer também nos ossos. Ela pediu alguns exames e eu os fiz. Na revisão, quando a médica abriu a porta, me disse: “Sandra, minha flor, você não está com câncer nos ossos… Mas seus pulmões estão cheios de nódulos”. Eu estava com câncer de mama metastático, ou seja, o câncer de mama havia atingido um novo órgão.

Dessa vez, o câncer de mama voltou apresentando a característica HER2+, diferente do que ocorreu em meu primeiro câncer. Foi quando minha médica informou que o melhor tratamento disponível para mim era a combinação da quimioterapia aliada aos medicamentos trastuzumabe e ao pertuzumabe. Ela então me receitou o tratamento e foi quando meu martírio começou.

Quando solicitei a combinação terapêutica ao plano de saúde, eles negaram meu pedido alegando que não forneciam esse tratamento. Como conhecia meus direitos,acionei a justiça para obtê-lo. Esse período foi bastante difícil. Eu estava desesperada,pois por 7 meses estava fazendo apenas a quimioterapia padrão aliada ao trastuzumabe. Uma advogada ligada ao Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (IMAMA) se ofereceu para me ajudar e analisar o meu caso. Ela entrou com um novo pedido de liminar na justiça contra o plano de saúde e em 15 dias passei a receber o tratamento completo, conforme decisão do juiz.

Durante os meses seguintes recebi o tratamento completo até que fosse necessário usar apenas o trastuzumabe e o pertuzumabe a cada três semanas. A quimioterapia estava finalmente encerrada. De acordo com minha médica, devo seguir usando o tratamento com trastuzumabe e pertuzumabe por toda a vida, devido ao resultado satisfatório. Com ele, não tenho muitos efeitos colaterais. Tive sorte, pois sei que cada caso é um caso e cada corpo reage de uma forma. O máximo que acontece comigo é me sentir cansada no dia seguinte à aplicação. Consigo realizar normalmente todas as minhas atividades.

Os resultados dos meus exames estão ótimos. Tenho a doença completamente em controle,os nódulos no meu pulmão diminuíram tanto, estão tão miudinhos, que minha médica me explicou após meu último exame que eles nem apresentariam características de tumor com esse exame fosse feito por alguém sem histórico de câncer, devido ao tamanho muito reduzido. Sinto que sou eu quem está no controle agora.

Como estou aposentada, tento me ocupar ao máximo e vivo intensamente. Dessa forma, evito pensar nos pontos negativos da doença. Sou voluntária numa das escolas em que trabalhei, participo de um grupo de danças e teatro, faço encontros com amigas e sou voluntária na instituição que me acolheu e me ajudou quando eu mais precisei: o IMAMA.

Além do tratamento principal com o trastuzumabe e o pertuzumabe, também realizo tratamentos integrativos, como grupo de apoio, Reiki, aromaterapia,cromoterapia etc. que me auxiliam a lidar com a saúde e com a minha qualidade de vida. Utilizo as redes sociais também para encontrar apoio e força,atualizar familiares e amigos sobre a minha condição e compartilhar experiências com quem também está enfrentando a doença.

Só tenho a agradecer a Deus, minha família, meus amigos e minha equipe médica. Com todas as pessoas do “meu barco” me sinto protegida, sabendo que não estou sozinha nessa, estamos remando juntos. Não posso dizer que não sofri.Muitas vezes tive crises, recaídas, e pensei que ia morrer. Mas desistir de lutar, jamais!

Depois do câncer de mama eu renasci após ter a certeza de que a vida é finita. Hoje vivo intensamente cada minuto que me é presenteado por Deus, pois o que a gente levada vida é tão somente a vida que a gente leva.

15 de outubro de 2018

Valeria Cândido Marcondes

Estava no final de uma gravidez em dezembro de 2002 quando minha médica pediu para que eu marcasse, para depois do parto, uma cirurgia de retirada de uma pinta de nascença. A pinta tinha se transformado em uma verruga preta e que sangrava, mas não doía. Então veio a hora de nascer o bebê: era tudo o...
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15 de outubro de 2018

Valeria Cândido Marcondes

Estava no final de uma gravidez em dezembro de 2002 quando minha médica pediu para que eu marcasse, para depois do parto, uma cirurgia de retirada de uma pinta de nascença. A pinta tinha se transformado em uma verruga preta e que sangrava, mas não doía.

Então veio a hora de nascer o bebê: era tudo o que eu e meu marido queríamos. Depois de quatro filhos homens veio a Sarah e, em 22 de dezembro, tudo era uma felicidade. Os irmãos se apaixonaram por ela, mas nem tudo são flores.

Passaram-se dois meses e, no meu aniversario em fevereiro de 2003, fiz a cirurgia para retirada da verruga. O material foi para biópsia e qual foi minha surpresa? Eu estava diagnosticada como câncer melanoma, o qual nem sabia que existia. Procurei um oncologista e ele me pediu outros exames, constatando micros nódulos no pulmão e um nódulo em meu fígado.

O médico disse, com todas as palavras, que era o pior câncer e que eu teria que lutar muito, pois o grau era altíssimo. Só o que eu podia fazer era olhar para meus filhos e minha filha e me perguntar por que aquilo estava acontecendo comigo. Eu tinha medo de acabar em cima de uma cama e não levantar mais.

Apeguei-me a Deus e procurei outro médico, que me indicou começar os tratamentos indicados. Na quimioterapia, meus cabelos não caíram, mas tive muitos enjoos. No primeiro ano de tratamento, ficava muito tempo no hospital e, assim, fui tendo força e determinação para vencer esse câncer. Não fiz nenhuma cirurgia para retirar os nódulos e estes não cresceram e nem sofreram mais metástases. Continuei acompanhando meu quadro durante cinco anos, cuidando de minha família também.

Passados dez anos do tratamento, em maio de 2012 fiz uma mamografia como era costume anualmente, descobrindo que no meu seio esquerdo havia um nódulo e, abaixo da axila, havia outro. Fui ao médico e ele pediu para que eu fizesse uma biópsia. Mais uma surpresa: eu estava com câncer de mama (carcinoma).

No momento entrei em desespero, mas com confiança em Deus comecei o tratamento. Para não retirar a mama, o médico achou melhor começar com a quimioterapia, totalizando oito ciclos. Passados 15 dias do primeiro ciclo, meus cabelos começaram a cair e é aí você vê como é ser guerreira, pois veio os enjoos e assim por diante, as reações que a quimioterapia traz.

Concluídos os oito ciclos, não houve redução dos nódulos. Então tive que retirar a mama e realizar um esvaziamento da axila. Passados 20 dias da operação, comecei a radioterapia. Foram 25 sessões.

Tudo isto que passei é motivo hoje para se comemorar. A primeira força foi que minha família não me abandonou: meu marido Ricardo, meus filhos Benjamin, Julio, Dalmiro, Vesio e Sarah. A eles eu agradeço.

Nestas minhas caminhadas aprendi que, o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você é na vida. Levando uma palavra amiga, mostrando que você consegue vencer, não desistir nunca.

Aprendi que devemos deixar sempre as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que vamos vê-los. Perdi muitas amigas no decorrer do tratamento e aqui deixo o meu respeito por elas não terem desistido, por mais difícil que tenha sido.

Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes, pois você passa a fazer parte desta vida conhecendo novas pessoas e seus problemas. E aprendi que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida. Meu nome é Valeria Cândido Marcondes, tenho 48 anos e moro na cidade de Taubaté/SP.

15 de outubro de 2018

Ieda Nogueira Grazola

Quando vou contar esta história, nem sei por onde começar. São muitos detalhes e todos são tão importantes nesse capítulo da minha vida. Eu tinha 39 anos quando fui diagnosticada com câncer de mama. Não sentia dor alguma, apenas um caroço que não desaparecia. Desde o dia que descobri, ele só crescia...
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15 de outubro de 2018

Ieda Nogueira Grazola

Quando vou contar esta história, nem sei por onde começar. São muitos detalhes e todos são tão importantes nesse capítulo da minha vida. Eu tinha 39 anos quando fui diagnosticada com câncer de mama. Não sentia dor alguma, apenas um caroço que não desaparecia.

Desde o dia que descobri, ele só crescia silenciosamente. Quando fui ao médico, descobri que havia três nódulos na mama e mais 10 na axila, todos prejudicados com o câncer. Não foi fácil receber a notícia de que minha situação era e que eu precisava correr contra o tempo.

O Dr. João Antônio Guerreiro, do Hospital Erasto Gaertner, olhou pra mim e perguntou se eu estava acompanhada. Eu disse que não, e logo então ele passou o diagnóstico. Ele disse: “precisamos correr contra o tempo… Por mim, deixaria você hoje aqui no hospital e amanhã de manhã você já faria a cirurgia. Nós avisaríamos teus parentes. Mas é necessário passar ainda pelo anestesista. Por isso eu te dou cinco dias pra voltar ao hospital”.

Os outros exames eu já tinha feito. Quando voltei pra casa, não entendia direito o que estava acontecendo. Muita coisa se passava na minha cabeça e eu estava me preparando pra avisar meus familiares. Contei a eles da mesma maneira que o médico me passou o diagnóstico e todos ficaram perplexos, nem acreditaram.

Passados os cinco dias eu voltei ao hospital para fazer a cirurgia. Graças a Deus, eu fiz apenas um quadrante (retirada parcial da mama) e esvaziamento axilar. Após 15 dias, comecei o doloroso tratamento. No dia em que fui assinar os papéis pra começar a quimioterapia, o médico me disse que, como o tumor era um dos piores, eu teria que fazer mais ou menos um ano de quimioterapia mais as sessões de radioterapia. Também seriam necessárias inúmeras fisioterapias por causa do braço (devido à retirada dos linfonodos, o braço ficou com sequelas).

Foi então que chorei e o médico me disse “não chore, seu cabelo vai voltar” e eu disse: “não é por causa do cabelo que estou chorando”. Saí da sala sem dizer o verdadeiro motivo.

O que se passava na minha cabeça naquele momento era: como eu iria dar conta da minha família, da minha casa? Eu não posso fazer este tratamento se vou ficar debilitada e não sei se vou conseguir sobreviver.

Naquela mesma hora lembrei-me de algo que havia ouvido: em nossas vidas existe um presente, um passado e um futuro. O presente era o que eu estava vivendo naquele instante e as próximas decisões que seriam tomadas. O passado era o que eu deixaria para meus filhos com relação a minha decisão de parar e não fazer tratamento nenhum. Isto seria escolher ser uma derrotada. Ou eu poderia seguir adiante e ser vitoriosa. O futuro seria meus filhos e o resultado disto tudo na vida deles: eu poderia deixar pra eles um passado de desistência e derrota ou de luta e vitória.

Foi então que, com muita força vindo do alto, vindo de Deus, eu comecei o tratamento. Foram 6 anos entre cirurgias e tratamentos e hoje estou aqui, mais firme, mais forte e mais confiante. Você nunca sabe a força que tem até que a sua única alternativa é ser forte.

15 de outubro de 2018

Bruna Izidora Coelho

Oi pessoal! Meu nome é Bruna Izidora Coelho e tenho 30 anos. Vamos lá contar minha história. Em fevereiro 2015 descobri um nódulo na mama esquerda e de fevereiro de 2015 a março de 2016 fiz várias punções e todas elas davam como resultado “ausência de malignidade”. Só que, como o nódulo já estava be...
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15 de outubro de 2018

Bruna Izidora Coelho

Oi pessoal! Meu nome é Bruna Izidora Coelho e tenho 30 anos. Vamos lá contar minha história. Em fevereiro 2015 descobri um nódulo na mama esquerda e de fevereiro de 2015 a março de 2016 fiz várias punções e todas elas davam como resultado “ausência de malignidade”. Só que, como o nódulo já estava bem grandinho, entrei em acordo com meu mastologista para retirar o nódulo e daí veio a surpresa.

Em maio de 2016 apareceu um nódulo na axila, fiz uma punção, no dia que cheguei ao hospital para retirada do nódulo da mama eis que meu mastologista me chamou e disse: “Não vamos retirar o nódulo todo, pois o resultado da punção axila deu uma alteraçãozinha”. Até hoje escuto a voz dele falando. Ao invés de retirar todo o nódulo, fizemos só uma biópsia.

Durante a recuperação da anestesia, o médico conversou tudo com minha mãe, quando o médico veio me dar alta me entregou o papel com indicação de outro médico, ai recorri ao nosso velho e bom amigo Google. “Dr. Fulano de tal, oncologista” Foi quando meu chão se abriu.

No início fiquei revoltada, com raiva do médico mastologista, perguntando a Deus porque isso aconteceu logo comigo. Chorei várias vezes em silêncio, para que minha mãe não visse meu sofrimento. Só que aí eu pensando bem, resolvi que, para me curar, não depende somente das medicações e sim de mim mesma, da minha aceitação e do meu empenho.

Teve então a visita ao oncologista, que explicou tudo nos mínimos detalhes, os efeitos colaterais como enjoos, a pele ressecada, a possível infertilidade (lágrimas rolaram na hora) e a queda dos cabelos. Eu pedia a Deus todos os efeitos, menos a queda dos cabelos, mas depois coloquei na cabeça: “eu quero a cura que caia todos os fios e que, consequentemente, venha a cura”.

Dia 02/08/2016 veio a primeira quimioterapia e nada de efeitos. Foram quatro seções da quimioterapia A/C. Na segunda semana da segunda seção tive que raspar a cabeça, já não dava mais para sair sem lenço… Daí veio mais 12 seções da quimioterapia branca, sendo a última em 10/01/2017. Pessoa mais feliz não existe, nada como a última quimioterapia.

Medos? De não conseguir lutar contra o câncer, do sofrimento da minha mãe, do meu namoro estar bem recente e pensei do meu amor me deixar. O papel mais importante foi minha musa inspiradora, minha guerreira, minha deusa: a minha mãe.

Hoje só tenho agradecer, aos novos amigos, aos amigos que ficaram do meu lado, aos “amigos” que desapareceram, a minha família, meu Amor e principalmente a Deus, pois sem ele eu não ia conseguir. Agora espero a cirurgia que vai acontecer em fevereiro.

Um beijo e um grande abraço a todos. A luta não acabou, mas a vitória é certa.

15 de outubro de 2018