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Apresentadora de TV faz festa de despedida para seios antes de mastectomia

A apresentadora da BBC inglesa Claira Hermet, de 27 anos, descobriu ser portadora do gene BRCA1, que eleva o risco de desenvolver câncer de mama em até 85%. Assim como fez recentemente a atriz Angelina Jolie, ela optou pela mastectomia profilática e irá remover seus dois seios para evitar o câncer. Claira já perdeu sua mãe e sua irmã para a doença e isso a incentivou a tomar a decisão. Lidar com a operação, seus riscos e consequências não é nada fácil, mas Claira procurou agir com bom humor e organizou até mesmo uma festa de despedida para seus seios.

“Após optar pela cirurgia, eu decidi algumas coisas. Eu queria uma festa e eu queria fotos para lembrar de como os meus seios são agora“, disse Claira, que também posou para uma sessão de fotos com o fotógrafo Gavin Glave.

A apresentadora fará a mastectomia seguida da reconstrução mamária no próximo dia 21. Com isso, as chances do câncer de mama se desenvolver caem para 4%. Ao optar pela mastectomia profilática, Claira Hermet tomou uma decisão corajosa para lutar por sua vida e está tentando encarar a situação de forma positiva. Essa alternativa, no entanto, não serve para todas as mulheres com suspeita de câncer de mama. Entenda porque a mastectomia bilateral (das duas mamas) é um método que deve ser avaliado com cautela.

Teste genético

Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 aumentam muito as chances de desenvolver o câncer de mama e de ovário. Essas mutações são responsáveis por apenas 5% a 10% dos casos de câncer de mama na população em geral.

Para confirmar a existência de mutação é necessário realizar um teste genético. Mulheres com três casos de câncer do mesmo lado da família e em parentes próximos (mãe e tia, por exemplo), casos de familiares que desenvolveram o tumor antes dos 50 anos e mulheres com homens na família que desenvolveram a doença são mais propensas a carregar a mutação e podem fazer o exame. Para maior precisão dos resultados, é importante que o parente que teve câncer também passe pelo teste. O exame é feito com amostra de sangue ou de saliva da paciente.

Hoje esses exames são cobertos por alguns planos de saúde no Brasil, mas não estão disponíveis na rede pública. Seu custo ainda é elevado. Desde 2013 tramita o PL 6262/13, projeto de lei da deputada Carmen Zanotto, que contou com o apoio da Femama, e, mais recentemente, o PLS 157/14, do senador Vital do Rego, que pedem a inclusão desse exame ao Sistema Único de Saúde.

No caso de suspeita de mutação ou familiares com muitos casos de câncer, é imprescindível uma consulta em centros oncológicos especializados, que dispõem de equipe multidisciplinar.

Alternativas

Diante da confirmação da mutação genética, a mastectomia bilateral profilática é a medida mais eficaz para evitar o surgimento do câncer de mama, por reduzir seu risco de cerca de 85% para 4%. A ooforectomia bilateral (retirada dos ovários) também faz parte do tratamento de mulheres portadoras da mutação.

Uma alternativa menos agressiva que pode ser utilizada por pacientes com risco para a doença é a quimioprevenção, realizada através da administração de medicamento (tamoxifeno). Este método também apresenta eficácia comprovada, porém com potencial de reduzir as chances de incidência da doença para cerca de 50%.

Para optar pelo melhor tratamento e o momento em que este deve ser iniciado, deve-se levar sempre em consideração as necessidades e o desejo da paciente, tendo esclarecidas todas as vantagens, desvantagens e a eficácia de cada conduta. No caso da ooforectomia, é importante também considerar a idade da paciente, o número de filhos e a sua intenção de preservar a fertilidade.

Abuso

Maira Caleffi, médica mastologista e presidente voluntária da Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama) avalia que existe abuso da prática da mastectomia bilateral profilática no Brasil. Segundo ela, cresce o número de pacientes que têm retiradas as duas mamas no tratamento da doença ao invés de apenas aquela afetada pelo câncer. “A indicação destes procedimentos em pacientes fragilizadas pelo diagnóstico de câncer de mama é inaceitável. Cientificamente não existe comprovação que a retirada da mama não afetada tenha impacto na sobrevida total”, declara a médica.

Segundo Maira Caleffi, a retirada das duas mamas de forma preventiva é indicada apenas para mulheres que tenham comprovada a mutação nos genes BRCA1 ou BRCA2 submetidas a aconselhamento genético.

 

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