A Femama realizou nesta terça-feira (30) a edição do Paraná do I Ciclo de Debates sobre Câncer de Mama para Parlamentares. O evento contou com presença das ONGs associadas do Estado, que apoiaram a realização do ciclo. O objetivo do encontro foi trazer informações sobre o câncer de mama avançado aos parlamentares, incentivando que estes busquem alternativas que facilitem a implementação de políticas públicas para melhorar o acesso ao tratamento adequado da doença no país.
A responsável pela abertura do evento foi o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano. O deputado afirmou o compromisso da Assembleia de apoiar as causas ligadas à saúde da mulher. ?A casa tem a alegria de receber as voluntárias hoje. Sempre que necessário, contem com a assembleia no que precisarem?, disse. A programação teve início com o depoimento da paciente Sirley Santos, 54 anos, que relatou sua trajetória de luta em busca de tratamento para o câncer de mama.
Na palestra Quais tratamentos deveriam estar disponíveis no SUS, mas não estão?, ministrada pelo Dr. Panait Kosmos Nicolaou, apresentou um panorama da doença no Brasil. Segundo o médico, a região sul tem 71 casos em casa 100 mil mulheres. Ele afirma que o desenvolvimento de tratamentos mais modernos nas últimas décadas tem auxiliado pacientes com câncer de mama avançado a prolongar a vida. ?O poder público não fornece a medicação, mas são responsáveis pelas pacientes que têm câncer de mama metastático do país?, afirma.
A Defensora Pública da União, Dra. Ana Cláudia de Carvalho Tirelli Djukic, afirmou que a saúde é um direito de todos e um dever dos estados durante a sua explanação no Ciclo. ?No caso das pacientes metastáticas, o SUS finge que trata dando remédios paliativos, mas já sabe o resultado de tudo que isso terá?, afirma. Segundo Ana Claúdia, em 2014, o país teve 2,6 mil ações de saúde, 3,5 mil demandas judiciais, totalizando 6,1 mil processos que tramitam na justiça federal. O gasto com judicialização no país é de 843 milhões de reais.
Para falar sobre as Competências do Estado no Acesso ao Tratamento do Câncer (SUS), o Assessor de Relações Governamentais da FEMAMA, Thiago Turbay, comenta que cerca de 400 milhões de reais foram gastos no primeiro quadrimestres de 2015 com ações judiciais no Paraná. ?Os recursos sempre são finitos, por isso existe uma organização do sistema. O próprio estado pode decidir quais são os acessos?, afirma. Turbay afirma que municípios menores podem se unir para dar tratamento adequado para os pacientes de câncer.
Ao final do evento, os deputados presentes se comprometeram em propor um ofício em conjunto solicitando uma audiência entre representantes da secretaria de saúde, governador do Estado e representante da FEMAMA para avaliar as reivindicações, para abrir o diálogo sobre as questões relacionadas ao câncer de mama avançado.