
A CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), órgão ligado ao Ministério da Saúde, deve avaliar ainda este mês dois pedidos de inclusão de um novo tratamento no SUS para câncer de mama metastático HER2+ na rede pública: a terapia combinada trastuzumabe + pertuzumabe.
De acordo com o estudo CLEOPATRA (2013), esses medicamentos, quando utilizados de forma combinada, têm o potencial de controlar a doença e promover até 56,5 meses a mais de vida às pacientes. Esse tratamento é considerado, atualmente, o tratamento padrão ouro da oncologia.
Por ser um subtipo de câncer de mama bastante agressivo, as pacientes precisam ter acesso aos tratamentos mais adequados para mantê-lo sob controle. Há mais de uma década não há inclusão de novos tratamentos no SUS para pacientes com câncer de mama metastático, apesar das novas descobertas da medicina.
Estima-se que 2.008 mulheres foram diagnosticas com câncer de mama metastático HER2 positivo no Brasil em 2016 e que somente 808 delas estariam vivas em 2018, caso recebessem apenas quimioterapia (padrão de tratamento disponível no sistema público de saúde).
Por outro lado, esse número subiria para 1.408 mulheres vivas em 2018 caso recebam quimioterapia acrescida de trastuzumabe e 1.576 mulheres vivas em 2018 caso recebam o padrão-ouro da quimioterapia, que são os medicamentos trastuzumabe e pertuzumabe combinados.
Os dados são do estudo "Estimativa de Mortes Prematuras por Falta de Acesso à Terapia AntiHER2 para Câncer de Mama Avançado no Sistema Público de Saúde Brasileiro (2016), que tem a Dra. Maira Caleffi, presidente voluntária da FEMAMA, como uma das coautoras.
Consulta Pública
Após a reunião da CONITEC, deverá ser aberta uma consulta pública para colher opiniões da sociedade civil. A Consulta Pública é um recurso utilizado pelo órgão para receber opiniões, informações e críticas da população a respeito do medicamento ou tecnologia que esteja sendo direcionada ao SUS.
A FEMAMA está coletando opiniões de pacientes com câncer de mama metastático com expressão da proteína HER2+, que utilizam algum tratamento, como forma de subsidiar nossas contribuições na Consulta Pública. Uma das formas de contribuir é fornecer informações sobre as experiências de pacientes que fazem o uso das tecnologias avaliadas. Essas opiniões serão compiladas em um relatório a ser submetido pela FEMAMA à CONITEC.
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REFERÊNCIAS:
– DEBIASI, M. et al. Estimation of premature deaths from lack of access to anti-her2 therapy for advanced breast cancer in the brazilian public health system. Journal of Global Oncology, American Society of Clinical Oncology, oct. 2016. Disponível em: <http://ascopubs.org/doi/full/10.1200/jgo.2016.005678>.Acesso em: 16 fev. 2017.
– Swain SM, Kim SB, Corte's J, et al. Pertuzumab, trastuzumab, and docetaxel for HER2-positive metastatic breast cancer (CLEOPATRA study): Overall survival results from a randomised, double-blind, placebo-controlled, phase 3 study. Lancet Oncology, may 2013. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23602601>. Acesso em: 16 fev. 2017.