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Demora para realização de diagnóstico na rede básica é realidade em SC

Em Santa Catarina, a rede básica de saúde enfrenta desafios para ter agilidade no diagnóstico precoce de câncer de mama. A grande dificuldade encontrada pelas pacientes catarinenses, conforme reportagem do veículo local O Sol Diário, é a obtenção do diagnóstico. A presidente da Associação Brasileira de Portadores de Câncer (Amucc), em Florianópolis, Leoni Margarida Simm, instituição associada da Femama, observa que o sistema de saúde demora em média de oito meses a um ano para concretizar um diagnóstico.

A direção do Centro de Pesquisas de Oncologias (Cepon), que oferece tratamento de câncer pelo SUS em Florianópolis, sendo um hospital de referência, bem como gestores públicos de saúde no Estado afirmam que o tratamento, a partir do encaminhamento dos pacientes já diagnosticados, está acontecendo com prioridade e agilidade, sem espera prolongada para a realização de quimioterapia e radioterapia.

Confira na íntegra reportagem de O Sol Diário sobre o tema:

Diagnóstico tardio do câncer na rede básica eleva índice de mortes em SC 

Em uma manhã de julho de 2013, Janaina Gerusa dos Santos, 35 anos, acordou e sentiu um caroço “enorme e dolorido” na mama esquerda.

A moradora de Palhoça, na Grande Florianópolis, não sabia, mas ali começava uma trajetória de luta contra o câncer que passou a ser menos penosa quando ela chegou ao Centro de Pesquisas de Oncologias (Cepon), de Florianópolis.

Cerca de 50 mil casos de câncer de mama são diagnosticados por ano no Brasil

A grande dificuldade encontrada pela paciente, assim como por outras milhares de pessoas no Estado, foi a obtenção do diagnóstico.

Referência no Estado, o Cepon atende em média 5 mil pacientes por mês pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Centro gerenciado pela Fundação de Apoio ao Hemosc/Cepon (Fahece) oferece procedimentos para o tratamento, cirurgias e o pós-operatório – quando o paciente ainda precisa se recuperar fisicamente e psicologicamente.

Com a ampliação do terceiro turno e a contratação de mais funcionários, a unidade conseguiu zerar a fila para procedimentos como quimioterapia e radioterapia.

A demora dos procedimentos na atenção básica, porém, ainda é um entrave no tratamento de câncer em SC. A presidente da Associação Brasileira de Portadores de Câncer (Amucc), em Florianópolis, Leoni Margarida Simm, observa que o sistema de saúde não consegue absorver os casos com agilidade. Um diagnóstico da doença leva em média de oito meses a um ano para ser concretizado.

— Antes de chegar ao Cepon, temos um grande gargalo. O diagnóstico leva muito tempo e o câncer avança, os casos são descobertos em fase adiantada e ocorrem mortes desnecessárias — lamenta.

Demora até o diagnóstico complica o tratamento

Quando descobriu que tinha câncer, Janaina desconhecia a direção do tratamento. Enquanto não encontrava ajuda especializada, o nódulo no seio aumentava. Quando recebeu o diagnóstico, cinco meses depois — em meio a uma maratona de exames particulares, falsos diagnósticos e muitas idas e vindas ao posto de saúde —, já era necessária uma quimioterapia mais severa para depois ser feita a retirada do seio.

— Meu seio ficou deformado, todo vermelho e eu sentia uma dor insuportável. O fato de não terem diagnosticado antes me levou a um tratamento mais forte — diz.

A demora e os desencontros pelos quais Janaina passou até chegar ao tratamento especializado se repete em outros casos, que Leoni conhece de perto na Amucc.

— Não é só em Santa Catarina, é um problema em todo o país. Estatísticas mostram que pacientes chegam em estado avançado da doença. Ás vezes pela demora no resultado dos exames ou pelo olhar do médico que não é tão apurado — avalia.

A diretora do Cepon, em Florianópolis, Maria Tereza Schoeller, explica que o encaminhamento à unidade deve ser feito pela rede básica de saúde, assim que houver o diagnóstico. Em algumas situações graves, alguns exames podem ser realizados pelo Cepon, mesmo não sendo sua responsabilidade.

— O encaminhamento ao tratamento é responsabilidade da atenção básica pois já estamos ultrapassando nosso papel. A medicina do câncer avança rapidamente e às vezes falta atualização por parte dos médicos da atenção básica. Ou então os aparelhos não são tão modernos para detectar alguns casos — avalia.

O que dizem Estado e municípios

Para o gerente de Controle de Avaliação do Sistema de Saúde do Estado, Jocélio Voltolini, o que acontece em algumas cidades não é regra para todas. Ele reforça que mesmo com exames feitos na rede privada ou não, todos devem ser priorizados quando atestam indícios de câncer.

— O Estado vem trabalhando o sistema regularizador que está presente somente em algumas cidades, mas até 2015 deverá ser implantado em todo o Estado. Este sistema dá prioridade para casos urgentes — ressalta.

O secretário de saúde de Palhoça, Rosinei de Souza Horácio, disse que desconhece o caso de Janaina, mas reforça que quando o diagnóstico de câncer é feito na rede de saúde básica, o paciente é diretamente encaminhado ao Cepon. Segundo o secretário, o município tem “fila zero” para exames como o de mamografia.

— Quando chega na regulação é tomado cuidado para não deixar o paciente esperando. Em algumas situações pode haver uma falta de conhecimento da estrutura ou um mal entendido, mas funciona bem. Em termos de tratamento de câncer, estamos bem servidos — garante.

Em Florianópolis, o secretário de Saúde, Daniel Montinho, garante que os profissionais são constantemente encorajados a participar de treinamentos sobre a doença e que exames de alta complexidades, como ressonância, são feitos em no máximo dez dias. Já uma ultrassonografia leva em média 45 a 60 dias.

— É evidente que quando se olha para trás em um caso de câncer pode se identificar uma demora, mas não é um diagnóstico fácil de se fazer e nem sempre permite a suspeita. Mas quando se coloca na requisição “suspeita de câncer” os exames são realizados na mesma semana — garante.

Atendimento oncológico em SC

::Blumenau
Hospital Santa Isabel/Sociedade Divina Providência e Hospital Santo Antônio/Fundação Hospitalar de Blumenau, ambos com Unidades de Assistência de Alta Complexidade (Unacon)

::Chapecó
Hospital Regional do Oeste/Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira – Unacon

::Criciúma
Hospital São José/Sociedade Caritativa Santo Agostinho (Unacon com serviços de radioterapia e de hematologia)

::Florianópolis
Centro de Pesquisas Oncológicas/Cepon/Fundação de Apoio ao Hemocentro (Unacon com serviços de radioterapia e de hematologia); Hospital Governador Celso Ramos /Fundação de Apoio ao Hemocentro (Unacon com serviços de radioterapia e de hematologia); Hospital Carmela Dutra/Cepon Fundação de Apoio ao Hemocentro (hematologia); Hospital Infantil Joana de Gusmão (Unacon exclusiva de oncologia pediátrica); Hospital Universitário (Unacon com serviço de hematologia)

::Itajaí
Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen/Inst. das Pequenas Missionárias Maria Imaculada (Unacon)

::Joaçaba
Hospital Univesitário Santa Terezinha/Fundação Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unacon com serviço de radioterapia)

::Joinville
Hospital Municipal São José, com Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon)

::Lages
Hospital Geral e Maternidade Tereza Ramos (Unacon)

::Porto União
Hospital de Caridade São Braz de Porto União (Unacon)

:: Tubarão
Hospital Nossa Senhora da Conceição/Sociedade Divina Providência (Unacon)

Matéria publicada no Site O Sol Diário (SC) em 21/06/2014
 

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