
O exame Pet-Scan, também conhecido como Pet-CT, foi incorporado no dia 23 de abril ao Sistema Único de Saúde (SUS). O exame é considerado uma das tecnologias mais modernas para diagnosticar e acompanhar a presença e a progressão de 20 doenças, entre as quais diversos tipos de câncer.
Sua incorporação, recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), destina-se apenas aos casos de câncer de pulmão, colorretal, linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin, doenças que, somadas, têm previsão de pelo menos 69.790 mil novos registros neste ano.
A mastologista presidente voluntária da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, Dra. Maira Caleffi, avalia a incorporação do Pet-Scan para pacientes do SUS como um grande avanço, já que o exame pode dimensionar com precisão a extensão da doença em cada paciente e com isso identificar as melhores opções de tratamento. “Por exemplo, uma paciente que apresenta uma metástase localizada na pele da mama já operada, será tratada de uma forma mais conservadora se o Pet-CT não identificar doença no resto do organismo, assim podendo evitar tratamentos mais agressivos, como o quimioterapia”, explica. Segundo Maira Caleffi, ainda é necessário evoluir para que o exame também seja oferecido para câncer de mama metastático na rede pública, uma vez que esta modalidade do exame já é comtemplada no rol de procedimentos obrigatórios para os planos de saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar. O câncer de mama registra quase 58 mil novos casos anualmente. Nos planos de saúde, o exame está disponível em oito modalidades.
Por meio do exame Pet-Scan, é possível decidir o procedimento a ser usado pelo médico no paciente, como cirurgia, quimioterapia, biópsia ou até mesmo se não há mais como tratar a doença. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, Celso Dario Ramos, o exame é usado no Brasil há pouco mais de dez anos. Ele esclarece que, com esse exame, é possível evitar uma cirurgia desnecessária ou detectar precocemente o crescimento de um tumor.
O exame equivalente disponível na rede pública é a tomografia, que é menos precisa. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, Celso Dario Ramos, a tomografia só indica se restou tumor após seu crescimento. “Depois de quatro meses, seis meses, vão ver que o tumor cresceu e o tratamento vai ser feito mais tardiamente. A chance de controlar o tumor é muito reduzida.', explica.
Segundo Ramos, o Pet-Scan é um exame de medicina nuclear, que usa substâncias que emitem uma radiação muito pequena para fazer imagens precisas dos tumores. De acordo com a SBMN, existem pelo menos 100 aparelhos, entre públicos e privados (geralmente credenciados ao SUS), em todo o país. Segundo Ramos, os aparelhos estão distribuídos proporcionalmente à densidade demográfica do país, havendo assim condições de atender à população.
Com informações de Agência Brasil