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Médicos criticam tratamento do câncer de mama no Brasil: ‘É pouco, ruim e atrasado’

O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer da população feminina brasileira, segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), com 13,03 óbitos a cada 100 mil mulheres. No mundo, é a quinta causa de morte por câncer em geral (522 mil óbitos ao ano). O cenário preocupante, segundo especialistas, poderia ser modificado se a população tivesse acesso a recursos e tratamentos eficazes.

"O tratamento do câncer de mama é pouco, ruim e atrasado", afirma Sérgio Simon, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e oncologista no Centro de Oncologia Paulista e do Hospital Albert Einstein. Ele e Antônio Frasson, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia e cirurgião de mama e mastologista do Hospital Albert Einstein, participaram nesta terça-feira (11) de uma palestra para jornalistas na sede da Folha de S. Paulo.

De acordo com Simon, os últimos trinta anos foram importantes no avanço do conhecimento do câncer de mama. "Nos anos 1980, nossa quimioterapia era muito empírica. De lá para cá nós descobrimos que o câncer de mama não é uma doença única. Existem vários tipos, alguns extremamente agressivos, que necessitam de tratamentos agressivos, e às vezes doenças indolentes, com tratamento mínimo".

O especialista lamenta, porém, que o SUS (Sistema Único de Saúde) não tenha acesso a esses avanços: "A mulher tratada no SUS (Sistema Único de Saúde) é diagnosticada muito mais tarde, com um tratamento inferior ao de serviços privados. Evidentemente que a chance de cura e de sobrevivência dessas pacientes é muito diferente".

Frasson concorda com o colega de profissão. "O câncer de mama é para ser uma doença crônica, mas raramente deveria ser mortal. Existem inúmeras alternativas para se tratar de forma humanizada. É preciso que as pessoas tenham acesso a isso", afirma.

Diagnóstico e cura
Para o mastologista Antônio Frasson, o melhor tratamento para a cura do câncer de mama é o diagnóstico precoce. Segundo ele, há uma conta básica que relaciona o tempo do diagnóstico com o tamanho do tumor e o tipo de tratamento:

"De modo geral, um tumor de 1 centímetro tem chance de 10% de ter metástase. Ou seja, 90% de chance de cura", explica. De acordo com o especialista, no caso de tumores mais agressivos, como o 'HER 2+' e o 'triplo negativo', o risco é duplicado. Já no grupo de câncer de mama chamado de 'Nominal a', um pouco menos agressivo, o risco é dividido pela metade.

Com esta base de cálculo, ele conta que é possível definir o melhor tratamento, que às vezes não tem quimioterapia, ou que depende do uso de anticorpos: "Esta é a fórmula base para mostrar quanto o diagnóstico precoce é importante".

Simon reitera que não é apenas o tratamento que demora na rede pública: "O gargalo do diagnóstico é enorme. O Acre, por exemplo, tem três mamógrafos, mas apenas um funciona, e fica localizado na capital. O estado tem 790 mil pessoas, muitas morando longe do centro. Não tem como viajar para fazer o exame.

Para mudar o cenário, Frasson revela a necessidade do país. "É importante personalizar o diagnóstico e o tratamento. E, na medida do possível, humanizar. O que no nosso país é muito difícil. Eu não vejo uma solução imediata para a questão", finaliza.

De acordo com o especialista, no caso de outros tumores mais agressivos, como o 'HER 2+' e o 'triplo negativo', o risco é duplicado. Já no grupo de câncer de mama chamado de 'nominal a', um pouco menos agressivo, o risco é dividido pela metade.

De acordo com o especialista, no caso de outros tumores mais agressivos, como o 'HER 2+' e o 'triplo negativo', o risco é duplicado. Já no grupo de câncer de mama chamado de 'nominal a', um pouco menos agressivo, o risco é dividido pela metade.

Fonte: BOL Notícias, 11/17/2017

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