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Vacina contra COVID é eficaz e segura em pessoas com câncer, diz estudo

Com o início das campanhas de vacinação contra o coronavírus SARS-CoV-2, cientistas e médicos questionavam se um imunizante poderia desencadear a resposta imunológica desejada em pacientes com câncer. Isso porque pacientes oncológicos em tratamento podem apresentar alterações no sistema imunológico. No entanto, uma pesquisa norte-americana confirmou a eficácia e a segurança das vacinas contra a COVID-19 no grupo.

De acordo com um estudo publicado na revista científica Cancer Cell, pacientes que estão tratando um câncer podem se beneficiar da proteção desencadeada por vacinas contra a COVID-19. Na pesquisa, foram avaliados tanto os efeitos dos imunizantes com a tecnologia de vetor viral — como a vacina da Janssen (Johnson & Johnson) — quanto daqueles com mRNA (RNA mensageiro) — como a vacina da Pfizer/BioNTech e da Moderna.

“Estudos no início da pandemia descobriram que pacientes com câncer que desenvolvem COVID-19 têm taxas mais altas de morbidade e mortalidade em comparação com a população em geral”, explicou um dos autores do estudo e diretor do Albert Einstein Cancer Center (AECC), Amit Verma. “Nós realmente precisamos de esforços para proteger esses pacientes vulneráveis da infecção. Este estudo deve ajudar as pessoas a se sentirem seguras de que essas vacinas funcionam muito bem, mesmo em quem está recebendo quimioterapia ou imunoterapia”, explicou.

Eficácia das vacinas em pacientes oncológicos

No estudo, os pesquisadores avaliaram os efeitos das vacinas contra a COVID-19 em 200 pacientes com diferentes tipos de câncer e descobriram que, após a vacinação completa, 94% das pessoas, em geral, demonstraram soroconversão. Isso significa que a maioria dos imunizados passa a produzir anticorpos contra a presença do coronavírus, mais especificamente da proteína spike.

Resposta imunológica de vacinas contra a COVID-19 foi melhor observada em pacientes com tumores sólidos, mas taxa média de soroconversão foi bastante positiva, segundo os autores (Imagem: Reprodução/Thakkar et al., 2021/Cancer Cell)

Essas taxas de resposta foram muito altas entre os pacientes com tumores sólidos e foram menores em pessoas com certos tipos de câncer no sangue. Independente dessa variação, a maioria desses pacientes apresentou uma resposta imunológica. “Este estudo confirma que não há necessidade de os pacientes esperar pela vacinação até que terminem sua quimioterapia ou imunoterapia”, explicou outro autor do estudo e membro do AECC, Balazs Halmos.

Além disso, “os efeitos colaterais da vacinação observados nessas populações não foram substancialmente piores do que em outros grupos. Nenhum paciente teve que ir para a sala de emergência ou ser admitido no hospital por causa dos efeitos colaterais das vacinas”, afirmou Halmos.

Qual o efeito das vacinas nos pacientes com câncer?

Em testes de soro para verificar os níveis de IgG (um tipo específico de anticorpo) após a vacinação, os pesquisadores descobriram que, entre os pacientes com tumores sólidos, 98% apresentaram soroconversão. Agora, entre os pacientes com câncer hematológico, a taxa de soroconversão foi de 85%.

No entanto, a maior variação foi observada dependendo do tipo de tratamento adotado. Por exemplo, aqueles que receberam terapias para leucemia que agem eliminando as células B — como rituximabe ou terapias CAR-T — tiveram taxas de soroconversão de 70%. Já aqueles que tiveram, recentemente, transplantes de medula óssea ou células-tronco, a taxa foi de 74%. Mesmo assim as taxas foram muito mais altas do que o esperado, afirmam os pesquisadores.

Para acessar o artigo científico sobre a eficácia segurança das vacinas contra a COVID-19 em pacientes oncológicos, publicado na revista científica Cancer Cell, clique aqui.

Fonte: Yahoo!

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