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Capacidade de mamógrafos no CE é subutilizada em 75%

Pelo menos 75% da capacidade dos mamógrafos do Ceará não são utilizados. O dado faz parte de um estudo realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia. O levantamento foi feito em todo o País em 2016, quando 68 equipamentos estavam em atividade no Estado, e divulgado em 2018. Seriam necessários, para dar conta da demanda, 81 aparelhos. E mesmo com o número de aparelhos menor que o necessário, os mamógrafos ainda não eram utilizados na totalidade da capacidade.

O oncologista Ruffo de Freitas, que coordenou o estudo, explica que o Ceará tem demanda de 544.577 exames, mas só utiliza os aparelhos 123.698 vezes. Os mamógrafos poderiam, ainda segundo ele, ser usados em quase 500 mil exames.

Os números foram apresentados no X Breast Cancer Weekend, evento realizado em conjunto pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e que se encerra hoje. Mais de 200 profissionais estão presentes nas conferências e mesas redondas, no Hotel Gran Mareiro, na Praia do Futuro. “Temos que melhorar a maneira como disponibilizamos os mamógrafos em relação às mulheres que precisam. Temos que colocar os equipamentos de modo a facilitar que elas façam o exame”, defende o médico.

Segundo Freitas, a subutilização se dá, principalmente, pela falta de acesso aos equipamentos. A recomendação do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Mastologia é de que os mamógrafos estejam a uma distância máxima de até 50 quilômetros. O intuito é também reduzir a burocracia que impede que as mulheres realizem os exames. “A paciente poderia ser convidada e a solicitação poderia chegar de maneira fácil na sua casa. Quando fosse identificado alguma anomalia, a mulher já poderia ser encaminhada imediatamente para realizar a biópsia. Isso reduzia o tempo e o trabalho das mulheres”, avalia.

O médico oncologista Sérgio Simon, presidente da Sociedade Brasileira Oncologia Clínica, explica que, todos os anos, aproximadamente 60 mil mulheres têm novos diagnósticos de câncer de mama. E a medicina está tendendo a tratar cada um dos casos de forma particular, com tratamentos e indicações cirúrgicas personalizadas.

Para as mulheres que têm acesso à rede privada, conseguimos diagnósticos rápidos e com boas taxas de cura em casos de diagnósticos precoce. O nosso problema é que o governo tem que nos ajudar e colocar mamógrafos disponíveis para toda a rede de saúde pública”, alerta. Os cânceres de mama são os mais curáveis entre todos os carcinomas quando descobertos em fase inicial.

Houve também avanço no tipo de tratamento dado às mulheres com o diagnóstico. Hoje, o tratamento pode ser combinado com a quimioterapia, de modo a reduzir o tumor e a cirurgia somente do quadrante. É o chamado neoadjuvante que, segundo Simon, utiliza também tratamentos com anticorpos antes da cirurgia. “Algumas vezes, o tumor desaparece com esse tratamento e a cirurgia conservadora passa a ser possível para muitas mulheres que só poderiam ter feito uma mastectomia”, afirma.

João Henrique Reis, mastologista de Belo Horizonte (MG) diz que a especialidade médica incorporou todas as técnicas de cirurgias plásticas e é chamada de oncoplástica. “Isso faz com que, em algumas situações em que podíamos ter um agravante estético muito grande e fosse preciso tirar a mama por meio da mastectomia, você possa usar técnicas da cirurgias plásticas, preservando a mama e ter um ganho estético melhor”, avisa.

O mastologista Guilherme Novita afirma que estudos mostram que tratar um tumor descoberto dentro da margem de segurança somente com radioterapia é, muitas vezes, mais eficiente que tirar as duas mamas. “A radioterapia chega a lugares que a cirurgia não chega”, garante.

 

Fonte: O Povo, 22/06/2019

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