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FEMAMA protagoniza painel no 9º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer

Na última quinta-feira, dia 29 de setembro de 2022, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) protagonizou o debate intitulado “Fortalecimento do Sistema de Saúde para Combate ao Câncer” no 9º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer. O evento reúne os principais líderes dos segmentos da saúde, ciências sociais, políticas públicas, pesquisa e governo, para promover discussões aprofundadas sobre os desafios, conquistas e inovações da oncologia no país e no mundo.

O painel, que foi conduzido pela Dra. Maira Caleffi, presidente voluntária da FEMAMA e Chefe do Serviço de Mastologia do Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre – RS, abordou três principais temáticas: o modelo de financiamento da saúde no Brasil, o papel fundamental da atenção primária na detecção precoce do câncer e o Conecte SUS como ferramenta para disponibilização de informações com a finalidade de mapear o cenário real do câncer no Brasil.

A Dra. Maira expressou sua preocupação com os impactos da pandemia de Covid-19 na gestão e atendimento do câncer, da prevenção ao cuidado paliativo. “No último ano tivemos uma queda de 50% no número de diagnósticos de câncer no país em relação a 2018 e 2019. Isso não significa que a doença desapareceu, mas sim que deixamos de rastreá-los. Nos próximos anos, a tendência é de que tenhamos um aumento muito grande de casos já em estágio avançado e isso é preocupante tanto para a sobrevida desses pacientes quanto para a sustentabilidade financeira do sistema”, descreveu.

Além da Dra. Maira, também participaram do painel a Assessora técnica em Economia da Saúde do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Blenda Leite S. Pereira; o Coordenador de Desenvolvimento Institucional do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), René José Moreira dos Santos; o Dr. Natan Katz, Professor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina da UFRGS e vice-coordenador geral do TelessaúdeRS-UFRGS; e o Dr. Bruno Aquino Marcelino, Coordenador do programa de residência de Cirurgia Oncológica do Instituto Brasileiro de Gestão da Saúde em Juiz de Fora.

A primeira a se manifestar foi Blenda Leite S. Pereira, que defendeu o fortalecimento do SUS, uma vez que 180 milhões de brasileiros não possuem planos de saúde e dependem do serviço público para realizar os cuidados em saúde. “Para cada brasileiro o SUS gasta atualmente pouco mais de R$ 5 por dia para prover da vigilância sanitária à alta complexidade em saúde. É uma incoerência o gasto total tão baixo na relação com o PIB”, definiu. Ela ainda completou descrevendo que a sociedade civil precisa se organizar para cobrar mudanças, do contrário não será possível mudar o cenário. “É preciso alocar mais recursos e fortalecer a atenção primária para conseguirmos dar a resposta que a população quer”, avaliou.

Já René José Moreira dos Santos elencou alguns desafios para fortalecer o SUS pós-pandemia que, segundo ele, são os mesmos de antes da Covid-19. “Precisamos dar prioridade à atenção primária da saúde, implantando um modelo de atenção que permita o enfrentamento das condições crônicas, como hipertensão, diabetes e câncer”, defendeu. Ele ainda lembrou que em um país continental como o nosso, é preciso regionalizar o atendimento para que possamos ser resolutivos e para isso é preciso ampliar o financiamento do SUS.

O Dr. Natan Katz propôs o investimento em tecnologia para realizar a atenção primária dos pacientes e, consequentemente, realizar os diagnósticos precocemente. “É inadmissível que o paciente precise encarar a fila do posto de saúde para realizar uma mamografia. Os países desenvolvidos não fazem isso há 30 anos”, avaliou.

O médico gaúcho ainda comentou que é preciso investir em ferramentas facilitadoras para que a pessoa possa fazer sua gestão de saúde de forma independente. “Esse é o futuro”, previu.

O último a se manifestar no painel foi o Dr. Bruno Aquino Marcelino, que apontou o Conecte SUS como principal ferramenta para disponibilização de dados da saúde do paciente. “Com dados precisos, fortalecemos o registro de câncer no INCA e as estatísticas passam a ter um peso maior na tomada de decisões quanto à criação de centros de tratamento regionais de câncer em todo país”, completou.

Ainda de acordo com o Dr. Marcelino, a nova ferramenta vai ao encontro da aprovação da Lei 14.450, que cria o Programa Nacional de Navegação de Pacientes para Pessoas com Neoplasia Maligna de Mama. Sancionada em 22 de setembro de 2022, ela prevê o acompanhamento dos casos de suspeita ou de confirmação de câncer de mama, com abordagem individual dos pacientes para prestar orientações e ajudar a agilizar o diagnóstico e o tratamento da doença. Esse acompanhamento será feito por navegadores de pacientes, que são profissionais (em geral enfermeiros e assistentes sociais) treinados para facilitar a trajetória do doente.

“Vimos propostas muito claras hoje, que vão além do terreno das ideias e da esperança. Estamos todos falando a mesma língua. A FEMAMA se compromete a continuar a fomentar esses debates e auxiliar na busca de soluções para a saúde”, finalizou a Dra. Maira.

O evento

Realizado de 27 a 29 de setembro, o 9º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer foi uma realização do Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC). O movimento congrega mais de 300 representantes de diferentes setores voltados ao cuidado do paciente com câncer, como gestores de saúde, entidades médicas, hospitais, profissionais de saúde, pesquisadores, profissionais de imprensa, associações de pacientes e outros, comprometidos com a garantia do direito do paciente ao acesso universal e igualitário à saúde.

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