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No Roche Press Day, presidente da FEMAMA critica a demora no diagnóstico e tratamento de pacientes com câncer no SUS

Crescem no Brasil os casos de câncer que já estão em estágio avançado no momento em que são descobertos. Foi o que identificou uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) em um processo que fiscaliza a Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer.

Os dados mostram que 44% dos casos de câncer de mama que chegaram ao SUS (Sistema Único de Saúde) em 2017 já estavam em estágio 3 ou 4, os mais avançados. No caso de tireoide, foram 80%. Ainda segundo o documento, os diagnósticos nas fases 3 e 4, que somavam 50% em 2013, subiram para 53% em 2017.

Na outra ponta, a identificação precoce de câncer, nos estágios iniciais, apresentou queda. Esse retrato da realidade brasileira preocupa até mesmo quem trabalha com pacientes com câncer de mama há cerca de três décadas, como é o caso da médica mastologista Maira Caleffi e presidente da FEMAMA (Federação Brasileira Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama).

“Cada vez mais se vê câncer avançado no momento do diagnóstico, quando deveria ser o contrário. Eles [auditores] definem aumento das mortes como diretamente proporcional ao número de doença avançada ao [momento do] diagnóstico.” Maira criticou, na semana passada, em um debate sobre câncer de mama promovido pela farmacêutica Roche, em São Paulo, a demora até mesmo para que as pacientes tenham a confirmação da doença.

Os auditores do TCU concluíram que o tempo médio para que a mulher realize a mamografia, após o pedido do médico, é de 63 dias. O resultado leva cerca de 21 dias para ser concluído. Quase 17 mil brasileiras morreram em decorrência do câncer de mama (o mais letal entre as mulheres) em 2017, segundo o Datasus.

A doença tem alto índice de cura se detectada em estágio inicial, mas não é o que ocorre no Brasil, segundo Maira. “Estamos [no Brasil] em uma média de 20% a 30% de cura em geral, enquanto outros países chegam a 80%, 90% de cura.”

Um terço dos cânceres detectados em mulheres em 2018 era de mama: 59,7 mil novos casos, segundo estimativa do Inca (Instituto Nacional de Câncer).

Lei dos 60 dias

Em vigor há seis anos, a lei 12.732/2012 tem se mostrado uma ferramenta importante para quem precisa lutar na rede pública pelo tratamento de câncer. O artigo 2º diz que “o paciente com neoplasia maligna [câncer] tem direito de se submeter ao primeiro tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS), no prazo de até 60 (sessenta) dias contados a partir do dia em que for firmado o diagnóstico em laudo patológico ou em prazo menor, conforme a necessidade terapêutica do caso registrada em prontuário único”.

A lei também prevê punição administrativa aos gestores de saúde caso haja descumprimento do prazo. “Desde que essa lei existe, muitas coisas já melhoraram. Eu diria que 40% dos cânceres já estão sendo atendidos nesses 60 dias”, comemora Maira Caleffi.

A luta no Legislativo agora é para que o Senado aprove o PLC 143/2018, já aprovado pela Câmara. O texto estipula limite de 30 dias para a realização dos exames necessários nos casos em que o câncer seja a principal hipótese do médico. “Com esse exame ela [paciente] tem um poder por lei de ter o tratamento [iniciado] em 60 dias”, acrescenta Maira.

O caminho de uma paciente com suspeita de câncer de mama costuma ter uma série de dificuldades, diz a presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz. “Quando a mulher finalmente faz a mamografia e vem alterada, os próximos passos são importantes e as dificuldades são as mais variadas. Tem a dificuldade para conseguir fazer a biópsia, para agendar a consulta com o mastologista, e aí quando sai o resultado da biópsia de começar o tratamento.”

Luciana relata que o trauma do câncer de mama é menor quando descoberto cedo. “A paciente provavelmente vai fazer uma cirurgia e uma quimioterapia menos agressiva e encerrou, ela pode retomar sua vida. Os custos são menores e tem uma série de decisões de impactos a médio e longo prazos que são reduzidos.”

 

Com informações de R7, 06/07/2019

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